segunda-feira, julho 31, 2006

Estrela Cadente


Olho para o céu numa noite estrelada.

O silêncio do universo é apenas perturbado pela música da noite, o vento que passa, o mar tão perto que se envolve na areia, o soar de um grilo entusiasmado pela doce luz da lua. O silêncio, a música, a luz.
Deitado na areia olho para o céu estrelado. Vislumbro a luz de um farol, intermitente, num ciclo infinito de voltas encaracoladas. Ao longe um navio no horizonte parece repousar nas ondas de um mar sereno. Um ciclo, a serenidade.

Sozinho.
O meu pensamento parece voar, livre como um pincel sobre uma tela, livre como um lápis afiado que apenas desenha desejos e sonhos. Simples, é tudo tão simples, é tudo tão bom, com tanto sabor.


Uma estrela cadente rasga o céu. Uma novidade, uma gota açucarada, uma surpresa. Um risco de luz no céu que se espelha dentro de mim. Um desejo. Irrompe em mim o desejo de uma gota de felicidade fácil. Basta pedir e esperar, está escrito nas estrelas ;-)

Sozinho?! Nunca!, sinto esse toque de Deus, esse colo presente que me conforta. Nele me enrosco, como criança num colo de mãe. Nele ganho protecção, sabedoria e força. Enfrento o medo do passo em frente. Aprendo a decidir, a viver.

Olho para o céu numa noite estrelada.

Lá se encontra o meu desejo. O Silêncio, a música, a luz. Uma estela cintilante, um risco de luz, um ciclo infinito de voltas encaracoladas em serenidade, surpresa, simplicidade e sabor.
Desejo o que todos desejam. O que sempre desejei.
Desejo o AMOR.

sexta-feira, julho 28, 2006

Fim

Para o país do esquecer o nunca nascido
Levo a espada e a armadura de ferro
Levo o escudo e o cavalo negro
...

Chamem a Policia uoh uoh uoh

Questão:
Afinal de que é capaz uma “Dona de Casa Desesperada”?

Uma mulher forte, determinada e organizada, cheia de objectivos desde sempre e que teve a sorte de “encontrar um amor pois seu coração pedia mais… mais calor.” Ele apareceu… Ele é um rapaz bom, simpático e animado. Bonito? Talvez, mas do seu ser emanava acima de tudo uma forma de estar desprendida e simples para com a vida. Uma calma e uma serenidade que antevêem um futuro pacífico e sincero. Uma lealdade e honestidade e um coração com amor eterno. Os dois rapidamente olharam um para o outro e desde logo se desejaram. Em menos de alguns segundos já se olhavam, conheciam e admiravam. Foi tudo muito rápido, talvez demais…

Em mais de 5 anos viveram uma enorme experiência a dois, cresceram lado a lado, entre sorrisos e choros, alegrias e tristezas e entre tudo o que se possa imaginar em tanto tempo. Foram bons momentos com muito boas recordações.
Mas chegou a hora de dar um passo em frente… De concretizar os sonhos partilhados entre eles (ou não), de cimentar e alicerçar o que até então apenas eram esquissos sobre um papel de café.

A mulher, então, saiu em busca de uma aventura, a que tem todo o direito. Sentiu que não tinha vivido tudo. Que embora em boa companhia talvez lhe faltasse experimentar algo de novo, algo diferente. Sentiu que não estava pronta para dar um passo maior. Determinada e organizada, cheia de objectivos desde sempre hesitou precisamente na hora de crescer e dar um passo.
O homem apenas teve de aceitar. Chegou então o momento de arrumar =) E entre dor e tristeza, levantar a cabeça e crescer com a experiência. Do restolho perdido separar o trigo do joio, e com ele poder um dia fazer um bolo com que se alimente. Arrumou, não esqueceu. Porque esquecer é arrancar, é perder a experiência e negar-se a si mesmo. Amadureceu. Perdoou.

A mulher, era uma mulher forte, que sabe alimentar-se da força dos que a rodeiam, que sempre soube aproveitar o amor que lhe era dado e que num certo “Marxismo” de guerra de classes, soube humilhar e envergonhar até quem a amava, soube conquistar “com a patinha de gato”, apenas para se sentir dominante. Quis inverter, de forma errada, o papel que cada sexo tem numa relação. Seguiu o seu caminho, esqueceu, arrancou e negou. Alimentada por uma aventura que a fez sentir-se feliz e mais forte, seguiu o seu caminho.
O homem, envergonhado e humilhado, reconstruiu a auto-estima à muito perdida, trabalhou a sua felicidade e procurou os seus sonhos. Traçou novos objectivos, tornou-se mais forte e determinado e hoje sorri com mais verdade. É alegre e respira de uma liberdade que vem de dentro. Soltou-se de preconceitos. O seu coração outrora dedicado, hoje é-lhe fiel. Por isso e o seu amor não esmoreceu, hoje é mais forte e mais verdadeiro, por si, pelos seus amigos e pelo mundo que o rodeia.

Passou pouco tempo. Passou o tempo do “arrepio na barriga”.
A mulher? não sei! Mas não quis mudar. Acha que não deve mudar. Continua forte, determinada e organizada e cheia dos mesmos objectivos… Certa e segura de que nunca errou e de que de nada se deve arrepender. Certa de que assim será amada como sempre o foi pelo homem que rejeitou.
Hoje é com certeza mal amada… Hoje é uma “Dona de Casa Desesperada”.
Hoje procura justificar os seus erros nos outros. Procura justificar as frustrações de hoje no amor do passado. Procura disparar para todo o lado. Não compreende e nunca compreendeu que talvez o problema sempre estivesse em si própria… O excesso de amor por si, e esse ego exacerbado apenas a obstruem de conhecer a realidade, ou talvez a realidade e a verdade sejam demasiado duras para poder serem absorvidas…
A mulher que precisava que a protegessem dela mesma (Só tu que me vês como eu realmente sou e me poderás salvar dos que me vêm como as minhas acções dizem que sou), rejeitou o homem que via/sabia aquilo que ninguém mais via/sabia e por isso a mantinham a salvo…
O homem já lá vai…

Resposta:
A mulher é forte, determinada e organizada e agora tem novos objectivos… Tentar destruir o homem que a amou.


NOTA: As imagens serem todas da "Bree" é mera coincidência...
Curiosidade: para quem quiser saber que tipo de “dona de casa” é ;-P Clique Aqui

quarta-feira, julho 26, 2006

There must be some explanation...

I'm gonna change that tonight
I'm gonna feel alright

Dia dos Avós =P

Todos conhecem a famosa história do Capuchinho Vermelho =)
Para alguns é mesmo a preferida da sua infância, pelo menos era para mim e sempre a ouvi repetidas vezes sem nunca me cansar e pedir que me contassem novamente.
A história de uma criança, uma menina inocente a quem é atribuída a tarefa de levar o seu cesto cheio de coisas doces e boas à sua avozinha que adora acima de tudo.

A pobre criança, apenas porque quer brincar, alheia a tudo o que a rodeia, segue o caminho que a faz mais feliz sabendo que chegará ao seu objectivo: encontrar a sua querida avozinha cheia de saúde e doçura. Todos nós sabemos o que a espera, menos a pobre criança que aberta ao mundo e às descobertas, cheia de simplicidade segue o seu caminho. Pobre capuchinho! Até que lá chega, entra e apressasse a abraçar a sua avó.

Chega a hora da primeira surpresa, as diferenças que se lhe deparam pela frente, o “primeiro gomo da tangerina amarga e doce como se fosse essa hora em que chora e depois dobra o riso e então faz seu juízo”. Então decide a medo questionar… Porquê? Porque estás tão diferente? Ainda algo incrédula perante tanta mudança, mas confiando cegamente na sua avó.
Nós, já sabemos… É o lobo mau!!! =S
Todos nós temos, pelo menos, um lobo mau na nossa vida. Todos nós escolhemos caminhos, procuramos objectivos e queremos amar e entregar esse nosso cesto de coisas boas a alguém que nos quer bem e em quem confiamos, respeitamos e amamos. Pobre Capuchinho!
De facto a nossa inocência pode ser proporcional à nossa surpresa, ao nosso espanto e às questões que iremos colocar a nós próprios, e depois até ao nosso posterior crescimento.

O lobo acaba por nos papar, consegue o quer, papa avozinhas inocentes, papa o capuchinho e aproveita-se de tudo o que tem à mão para se fingir do que não é na realidade. Está de facto convencido de que vence. Está convencido de tudo, dos seus bonitos olhos verdes, do seu belo pelo ruivo, dos seus dentes brancos, da sua atitude decidida e da sua força que emerge precisamente do saber sobrepor-se ao inocente. Sim, ele vai mesmo conseguir o que quer e tem mesmo de ser assim, porque tem. Mesmo depois de se mostrar, mesmo depois de se verem as suas intenções no olhar, os seus dentes afiados e a sua real natureza, tudo tem de acontecer pois a confiança e o amor é levado ao extremos por quem é ingénuo e apenas acredita no seu bosque encantado em que caminha. O capuchinho perdido, ainda atordoado por tanta surpresa nem tem tempo de reagir, é pura e simplesmente engolido =S

Porém a história não acaba aqui, tem um final feliz =) De facto andam por aí caçadores para o caso de sermos engolidos, prontos a dar uma boas pauladas nesses lobos pulguentos e lhes abrir a barriga.
Há uma diferença nesta história… Já alguém viu o lobo regurgitar o capuchinho, vê-lo lavadinho e querer comê-lo novamente? Assim só por prazer como que come uma moussezinha LoL Só se agora o pobre capucho (já sem “inho”) fosse realmente muito parvo =P ainda por cima com um caçador por perto para nos ajudar.
Cuidem-se avozinhas, venham caçadores. O Capuchinho está a crescer e a rodear-se de pessoas boas para um dia fazer uma grande festa. Os lobos podem conseguir o que querem, julgar-se felizes por isso mas não é essa a felicidade aparente que procuro, e o final será sempre feliz para a “galera inocente” =)

Regurgitado e atirado fora, ou salvo por um caçador, cada vez estou melhor e não deixo de andar no meu bosque e de querer levar o meu cesto a quem merece e fizer por merecer. O que tem o meu cesto? Ai isso agora… ;-P
Sei que sou um capuchinho e muito vermelho, lol mas já aprendi ;-)


THE END... ou não =P